terça-feira, 28 de agosto de 2007

Dass Jornadaa

De volta à passofundo, de volta à sala de computadores, novamente escrevendo em fonte 6, alheio aos alheios olhos olheios.
Um rapaz no banheiro parece um polvo tirando papel higiênico para secar a cara.De quê me importam as vaias para os magníficos, bom foi o café na faixa e a atendente vidrada no vazio, sete horas da noite, a boca seca enraizada num sorriso grudado de inabalável. Toma café, pra güentar em pé. No circo, os reservados da frente suspiram silenciosos vendo os tristes e esforçados palhaços. Na sala de computador, entra abalado um gordote. Vai no primeiro computador da fila da frente e, vendo-o poblemático, olha bem na cara de cada um de nós três e com a mão na cintura diz: "Ah, ta loco, é todo dia, dia sim, dia não!". Na aula da manhã tive contato com um pequeno pedaço do novo quitute do movimento artístico mundial: a inverticalização da relação autor-leitor. Na ruazinha do bosquinho da upf aconteceram coisas estranhas que fizeram com que todos os carpinteiros e pinteiros e pedreiros e varredores e lixeiros e guardinhass se amontoassem num muito pequeno para tanta gente terreninho bem iluminado e perto da movimentação das pessoas e carros. Cada qual com sua ferramenta, tinham pás, brocas, machados, alicerces, arames enfarpados e tonéis de contenção. Passei por alguns deles e encontrei em todos e em cada um o quê de pior a bravura, a coragem e o (porquê não?) amor à liberdade produziram em espécime humano. Há alguns poucos metros distante, no início da mui pequena descida asfáltica até a ruazinha propriamente dita, me assombrou sobremaneira o comportamento estranho de um homem que a cada passo que dava se agachava, passava os dedos no chão e lambia, não, não, não lambia. Nem olhava. Mais atrás um baixote com uma arredondada e frontal entrada carecal cercada por longas melenas me olhava inquieto – a barba grossa e os cílios cabeludos tentavam mas não conseguiam esconder o olhar amendrontado e a boca que muito, muito baixo deixava escapar um "puta merda caaara... ta vindo um caaara..." . O primeiro homem pegou um celular do bolso e começou a falar nele olhando para o alto. O baixinho se virou pra trás e só então notei a VÃ robusta e brancorosa que muito silenciosa se mantia ali atrás do sujeito. As portas laterais abertas, compartilhava com o mundo o seu interior. Dentro, pequenas caminhas, 7 ou 8 pequenas caminhas de macaco. Num canto, recipientes contendo bananas, cuzcuz e javali ao molho madeira, "cara". As colchas e os travesseiros, todos estampados com uma mesma imagem, a imagem de um antigo e esquecido herói primata: Macaco Lilico.

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