O homem estava na lua.
Desta vez de modo inquestionável.
Todas as câmeras flagraram o exato instante em que pisou o solo lunar pela primeira vez.
Não havia margem para dúvidas.
Todos os procedimentos técnicos e formais e burocráticos haviam sido plenamente preenchidos.
Revelava-se então a causa maior na qual estavam inseridas todas as missões e operações fracassadas.
O homem estava na lua, como nunca antes estivera.
Todos os envolvidos no esquema acariciaram suas pistolas. Estavam reunidos numa sala estreita e escura, cada um com seu par de olhos voltado para um monitor.
A imagem era nítida como sonho algum jamais havia sido: o homem estava ali. O homem estava na lua!
Caminhava apreensivo pelo saguão do aéreoporto.
Escapara de tudo e de todos durante toda a vida.
Havia decidido: seria a última vez que seus passos largos deixariam o temido rastro de sangue e destruição em planetas contrários às vontades do mestre Babú Babú Babuíno. O fardo se tornava pesado demais agora que já não possuía a ambição e o vigor de outrora.
Há algum tempo já vinha questionando seu comportamento e a imagem que passava de si para os outros. Sentia-se solitário. Babú Babú Babuíno estava mudado, não acariciava mais seu cocoruto peludo e nem lhe dava doces como antigamente. Muito pelo contrário, tornava-se um velho cada dia-luz mais ranzinza. Nem as peraltices que costumavam agradar-lhe eram toleradas.
Experimento X-15 estava decidido a mudar de vida.
Imaginava-se casando e deixando descendentes.
Lembrava-se de namoradas imaginárias do passado, paixões infantis, e buscava nessas imagens uma esposa, uma mulher com quem dividir a vida até a morte.
Caminhava apreensivo pelo saguão do aéreoporto lunar.
Queria ir embora, para logo nanar.
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